quinta-feira, 16 de junho de 2011

Hqs - Editora Abril deve voltar a produzir HQs inéditas com Zé Carioca


editora abril deve voltar a produzir quadrinhos disney 


O Planeta Gibi soube por fonte mais que segura que a Editora Abril estuda seriissimamente a volta da produção de histórias em quadrinhos inéditas protagonizadas por Zé Carioca. A ideia é que o gibi do papagaio, que completou 50 anos em janeiro, tenha duas HQs novas por edição a partir de fevereiro do ano que vem. A informação, talvez a mais esperada dos últimos dez anos pelos leitores e colecionadores Disney do país, acompanha o surpreendente boom por que passam os quadrinhos Disney no Brasil.

O INÍCIO
É justo lembrar que a colossal produção de quadrinhos Disney no Brasil começou de forma bem mais modesta, justamente para atender a necessidade de histórias com Zé Carioca, na década de 1960. Antes da estreia de seu gibi, em janeiro de 1961, apenas oito HQs haviam sido produzidas pela Abril. 

As três primeiras foram desenhadas pelo argentino Luis Destuet e publicadas em 1955. A primeira (e mais famosa) delas, A Volta do Zé Carioca, saiu em O PATO DONALD #165 (4/jan/55), em tons de sépia. Nunca foi republicada, tornando aquela edição um dos gibis mais raros do Brasil. Destuet assinou diversas capas do PATO, incluindo a de seu primeiro número. Também foi o "professor" Disney de desenhistas brasileiros. 

As outras cinco ficaram a cargo do brasileiro Jorge Kato. A primeira delas, Papai Noel por Acaso, é frequentemente citada como a primeira HQ Disney nacional, publicada em O PATO DONALD #424 (22/dez/59). Kato também desenhou a história que abriu a primeira edição do ZÉ (na verdade, então intitulada O PATO DONALD #479 APRESENTA ZÉ CARIOCA, de 10/jan/61), Zé Carioca Contra o Goleiro Gastão, revista recentemente em AVENTURAS DISNEY #39 (out/08). Também coube a Kato a tarefa de substituir as figuras de Donald ou de Mickey pela do papagaio em produções originais americanas. A operação "Zé Fraude" foi a solução encontrada pela Abril na década de 1960 quando havia mais demanda por histórias do malandro do que capacidade para produzi-las.

OS ESTÚDIOS ABRIL
crescente interesse por histórias com levada brasileira — e um suposto acordo de substituição das produções dos americanos Studios pelas brasileiras — levou a Abril a criar, no início dos anos 1970, a Escolinha Disney, dirigida por Primaggio Mantovi. E dos Estúdios Abril saíram muitos artistas, muitas criações (como Morcego Vermelho e Biquinho), recriações (o Zé Carioca despojado de Canini, um Urtigão mais caipira do que ermitão, uma Margarida digna de estrelar um título), e milhares de HQs: mais de 6500 delas, entre histórias e gags — sem contar as muitas e muitas capas. A partir da metade da década de 1990, a produção foi sendo reduzida sensivelmente, limitando-se quase que às histórias do Zé.

E foi em março de 2002, numa nefasta (e difícil de acreditar que não proposital) edição #666 deMICKEY, que foi publicada pela última vez uma produção desses estúdios. Depois disso, houve apenas duas histórias especialmente produzidas — para ZÉ CARIOCA 60 ANOS (nov/03) e MESTRES DISNEY #5 RENATO CANINI (ago/05). A HQ da edição comemorativa do Zé, a propósito, poderá ser conferida em ALMANAQUE DO ZÉ CARIOCA #2, que sai nos próximos dias.

A RETOMADA
A Abril tem estudado, há meses, a retomada. Ainda que não se acredite na volta de uma produção caudalosa como a dos anos 1970 e 80, é mais do que simbólico que ela retorne de forma tão singela como foi o início da nossa produção nos anos 1950 e, sobretudo, 60. É notório que histórias inéditas do papagaio precedam (e, aposta-se, atravessem) momento tão propício: ano de Olimpíadas, antevéspera de Copa no Brasil, preparação para os Jogos no Rio...

A aposta crescente da editora nos gibis Disney foi discriminada aqui, recentemente — como a criação de novos títulos para Pateta e Minnie e periodicização dos almanaques, entre outros.

O desempenho das vendas de assinaturas (que retornou no final do ano passado) superou todas as mais otimistas expectativas da Abril e gerou um paradoxo: a novidade, ao invés de reduzir, como natural poderia ser, inflou as vendas em bancas — certamente um reflexo do aumento da exposição dos títulos clássicos nos encartes de assinaturas das demais publicações da Abril — e desembocou no fim da distribuição setorizada. E é quase certo que se tenha novidades em assinaturas ainda neste ano.

NOVIDADES SEM FIM
A cada novo anúncio de novidades pelo Planeta Gibi, outros têm se seguido, com mais surpresas para os leitores e colecionadores. Além da coleção PATETA FAZ HISTÓRIA, que começa em agosto (e não em julho, como inicialmente esperado; vide capa inaugural abaixo, mais a lista de todo o conteúdo), em vinte volumes contendo todas as HQs da série, incluindo mais de uma dúzia inéditas no Brasil e extras, é muito provável que não só MORCEGO VERMELHO (fi-nal-men-te), mas também INDIANA PATETA ganhem especiais nos moldes de DONALDDUPLO.

Para 2012, além de um especial das OLIMPÍADAS, é esperado o lançamento de DISNEY ESSENCIAL(adaptado — dentro das restrições colocadas pela Disney — da espanhola SERIE ORO, de 2009) e da espetacular WALT DISNEY APRESENTA, um sonho para colecionador nenhum botar defeito.

Além disso, anunciados no evento comemorativo dos 60 anos do gibi PATO DONALD, ano passado em Santo André, os quadrinhos Disney Pixar produzidos pela americana Boom! devem ser editados em breve.

E como quadrinhos não se resumem a Disney e como a Abril parece estar retomando o gosto pela coisa, os leitores do Planeta Gibi Blog podem ter surpresas outras nos próximos meses.




A terceira HQ publicada de Jorge Kato: homônima da primeiríssima história produzida no Brasil, por Destuet




Primeiro O PATO DONALD APRESENTA ZÉ CARIOCA, mais tarde a edição inaugural de um gibi independente




No destaque, célebre falha da "transformação" de um camundongo em um papagaio: fase Zé Fraude









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