domingo, 1 de maio de 2011

entrevista - Luiz Hasse

bom dia pessoal , hoje vim trazer uma entrevista para vocês , para começar com essa nova coluna do blog hoje entrevisto o autor do livro o cavaleiro feérico , Luiz Hasse 






Nome:
Luiz Alberto de Almeida Hasse

Onde mora:
Em Caxias do Sul.

qual a sua Profissão:
Sou formado em História e lecionei por sete anos. Além disso, escrevo desde que me conheço por gente, publico a anos em sites na internet e comecei a publicar em papel recentemente. Pode-se dizer que sou professor e escritor.

Fale sobre sua trajetória no RPG:
Olha, em termos de jogadores brasileiros, sou o que se pode chamar de veterano. Embora não tenha feito parte da "geração xerox" que tinha acesso a livros importados (ou cópias piratas dos mesmos) em inglês, comecei a jogar em 1994 com alguns dos primeiros materiais traduzidos para o português ou então produzidos aqui, como Gurps e o saudoso Tagmar. Experimentei praticamente de tudo, e com o tempo, o interesse por Gurps se intensificou e os outros sistemas foram sendo relegados a segundo plano. Assim como outras pessoas, não gosto muito da aproximação crescente, em termos de estética, dinâmica e regras, do RPG com videogame ou outras modalidades de jogos eletrônicos. O realismo do Gurps, um realismo muito relativo, se lembrarmos que é um sistema que acomoda muito bem magia, super-ciência e super-poderes, fecha mais comigo. Fora do Gurps, acho que meus jogos preferidos são Castle Falkenstein, Tagmar(talvez mais por nostalgia que por qualquer outra coisa) e Vampiro: A Máscara 2° Edição, embora ache o sistema de regras deste último bem difícil de se lidar. Um livro que me atraiu bastante (provavelmente a melhor coisa derivada do sistema D20) foi Mutants & Masterminds, pra não falar só de jogos "old school".

O que faz, fez ou quer fazer atualmente em relação ao RPG?
Primeiro tenho a sorte de, do alto dos meus trinta e poucos anos, nunca ter parado de jogar. Isso se deve muito ao fato de que muitas pessoas que jogam comigo hoje são mais que simples parceiros de RPG. Foram se tornando amigos cada vez mais próximos e alguns são inclusive parte da família. Além disso, tive uma criação minha publicada na extinta Só Aventuras (as Armaduras Místicas de Zarep Don) e o RPG me serviu de inspiração para várias coisas em termos de literatura e escrita. Assim como expandiu meus horizontes culturais (não sozinho, obviamente) e aumentou minha sociabilidade quando eu era mais jovem, conheci muitos grandes amigos graças ao jogo. Devo muito a ele.

Acompanha blogs de RPG? Quais?
Acompanho todo o tipo de fonte de informação com a qual eu topo sobre meu hobby favorito.

RPG preferido por quê?
Gurps, pelos motivos citados acima e também pela variedade de títulos e temáticas compatíveis com seu núcleo incrivelmente coerente de regras. Dá pra jogar qualquer coisa com ele, e normalmente as situações fazem um sentido lógico quando descritas através dele. Os textos também são muito bons. Há muita pesquisa e sensatez na produção de seus suplementos. E, contrariando o estereótipo, Gurps é MUTO flexível. Dá pra adaptar, com umas poucas house-rules, ou então com dicas do próprio livro, o sistema pra qualquer estilo narrativo, sem "sacrificar a interpretação a favor das regras" como diziam os puristas do drama há algum tempo atrás. As pessoas, especialmente as que não conhecem o sistema, acham que o realismo de Gurps é um realismo que significa "emular a realidade cotidiana sem-graça". Ledo engano. O realismo se aplica no sentido de coerência e verossimilhança. As coisas podem ser fantásticas, mas não estão jogadas preguiçosamente. Autores como Tolkien tinham uma abordagem ao tratar do tema de fantasia.


RPG que menos gosta? Por quê?
É complicado responder uma pergunta assim porque parece que dizer que não se gosta de alguma coisa significa dizer que esta coisa é malfeita ou de qualidade inferior. Sendo RPG diversão, essencialmente, todo o jogo que cumprir esta função, mesmo que seja para um pequeno grupo de pessoas, vai ser um jogo bem sucedido. Isto posto, posso dizer que reconheço o valor de D&D e sei que nada teria existido sem ele, mas é um dos jogos que eu mesmo gosto. Nas ambientações, pelo excesso de elementos fantásticos, que acho que acaba tirando justamente o encanto dos mesmos. Nas regras, pela trindade “pontos de vida – experiência conseguida quase totalmente através do combate – sistema de evolução em níveis”. Nada disso significa que D&D seja um jogo ruim, apenas que não é o que eu procuro quando jogo ou mestro, e reconheço sua tradição e importância essencial para o mundo do meu hobby favorito. Também não sou muito fã da reformulação do Mundo das Trevas (Storyteller virando Storytelling) e nem da maior parte das “expansões” do Vampiro: A Máscara original.

Escritores preferidos:
Muito difícil fazer um lista. Edgar Allan Poe, Stephen King, William Shakespeare, Frank Herbert, J.R.R. Tolkien, Marion Zimmer Bradley, Raymond Chandler, H.P. Lovecraft, Robert E. Howard, Bram Stoker, Robert Louis Stevenson, Arthur Conan Doyle, H.G. Wells… são todos muito queridos.Mas eu poderia achar mais e mais nomes, continuamente, de pessoas que li e gostei.

Livros preferidos:
Impossível fazer uma lista definitiva. Há muito tempo atrás, fiz uma para uma rede social... mas desde então ela só cresceu, hehehe.

Filmes preferidos:
Também é complicado... mas pode-se dizer que a maioria dos filmes que eu gosto são de terror, suspense, fantasia ou sci-fi e também que a grande maioria tem pelo menos uns vinte anos de idade.

Personagens preferidos:
Dentro da literatura, quadrinhos e do cinema? Com poucas exceções, não gosto de “super-homens” que nunca sentem medo, são guerreiros imbatíveis e sempre tem resposta pra tudo. Adoro heróis inseguros, mas íntegros, como Samwise Gamgee, Peter Parker e quase todos os protagonistas das histórias de Stephen King. Os Sete da Sorte de A Coisa me cativam até hoje. Assim como Ben Mears e Mark Petrie, de A Hora do Vampiro. Alguns perdedores que são durões por fora, mas sentimentais por dentro, são legais também. O
melhor deles, é claro, é Phillip Marlowe.

Quais são seus passatempos?
RPG, cinema e literatura, basicamente.

Gosta de:
Ler, escrever, lecionar e jogar RPG. Basicamente as quatro coisas que eu sei fazer razoavelmente bem.

Não gosta de:
 Não consigo gostar de esportes, nem pra assistir, nem pra praticar. Uma mistura de preguiça com tédio, basicamente, embora reconheça a importância deles pra saúde e afirme que minha ociosidade NÃO é um exemplo a ser seguido. Fora isso, acho que as coisas que me desgostam são aquelas que desgostariam quase qualquer pessoas sensata: todas as formas criativas do ser humano causar sofrimento ao ser humano.

O que pensa sobre o RPG no momento no Brasil?
Puxa... dá medo de responder por parecer “síndrome de tia velha”, mas não gosto do que o RPG foi se transformando nos últimos anos, talvez não só no Brasil, mas no mundo. Cada vez mais identificado com jogos eletrônicos. Também é desagradável o fato de as gerações mais recentes do nosso país só conhecerem profundamente Tormenta, D&D e alguma coisa do “novo e melhorado” Mundo das Trevas. Seria legal ter mais opções e títulos diferentes no mercado.

Sobre o livro O Cavaleiro Feérico

Fale um pouco sobre o livro:
O Cavaleiro Feérico é um romance de fantasia e aventura, cuja inspiração veio principalmente de histórias sobre fadas e contos de cavalaria. Tentei contar a história arquetípica (estereotipada, até) do herói jovem, ingênuo e subestimado que vai ganhando força e sabedoria na superação de obstáculos, além de contar a história de vários personagens que interagem com ele, e passar a minha visão do que é horrível, maligno e cruel e deve ser superado ou enfrentado por heróis. O livro tem uma história de amor, inimigos de poder sobrenatural e flerta um pouco com temas como o preconceito e a estupidez humana. Foi divertido escrevê-lo e espero que seja divertido lê-lo.

De onde veio à idéia para ele?
Essa é uma excelente pergunta para a qual não existe uma única resposta certa.

Tem projetos futuros?
Sempre. Mas falar sobre eles agora, acho que seria pretensão.

Aonde podemos adquirir o livro?
No site da Multifoco:

http://www.editoramultifoco.com.br/literatura-loja-detalhe.php?idLivro=423&idProduto=438

Foi muito difícil ser publicado?
Admito que tive bastante sorte. Publicar em papel, para um autor desconhecido (ou praticamente isso) é muito difícil. Tenho muito que agradecer ao pessoal da Multifoco, em especial ao Frodo Oliveira, que acreditaram em mim e apostaram junto.

Algo mais a falar?
Não apenas por eu ser escritor... mas gostaria que o hábito da leitura nunca morresse entre os jovens. Além de instrutivo, é deveras divertido. Gosto de pensar em RPG, apesar de ser um jogo, como algo mais relacionado com literatura e o gosto por ouvir e contar histórias do que com jogos eletrônicos. Nada contra estes últimos... mas RPG pode explorar possibilidades que eles não podem, e muitas dessas possibilidades são enriquecidas pela literatura.
Além do mais, agradecer ao pessoal do site que fez a entrevista e fazer votos de boa leitura aos que experimentarem o livro.

7 comentários:

  1. Parceria com o Blog Xadrez feita Javo! Abraços

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  2. Aeeee...bacana a entrevisata cara :D

    Tem coisa novo no Nerd Zord. Dá uma passada la pra rir um pouco.

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  3. valeu e valeu , vou dar uma passada lá sim .

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  4. Muito legal a entrevista, nobre Javo! Parabéns a você e ao autor Luiz Hasse. Gosto muito de ver autores brasileiros de fantasia publicando seus trabalhos. Força, pessoal!

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